terça-feira, 5 de abril de 2011

Pais de autistas lutam por tratamento adequado


Pedro tem quatro anos e uma rotina normal para uma criança da sua idade. Pela manhã, acorda cedo, toma café, assiste desenhos e brinca - menos nos dias em que frequenta as consultas com o psicólogo. De tarde, a escolinha. Na rua distribui sorrisos e cumprimentos, comunica-se bastante e mostra-se carinhoso. Ano que vem, ele ingressará no Ensino Fundamental. Nada de extraordinário ou preocupante, a não ser por um motivo: Pedro tem autismo.

O diagnóstico foi inesperado - naturalmente. Veio em 2009, quando o menino tinha três anos. “Fiquei assustada. Não tinha informação nenhuma sobre o assunto”, relembra a mãe, Alessandra Prietsch. Como muitas famílias, a de Pedro conhece bem a sensação inicial de impotência ao lidar com uma criança que possui dificuldade de socialização e transtorno comportamental: um perambular interminável de especialista em especialista, de escola em escola. Uma busca constante atrás de informações sobre um enigma por enquanto sem resolução.

O caso de Pedro é um exemplo do que é vivido por inúmeras famílias. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), são mais de 70 milhões de autistas em todo o mundo. O medo de Alessandra, portanto, como já se pode imaginar, não é exclusividade. “A rede pública de ensino, por exemplo, não está preparada para receber um aluno autista em sala de aula”, critica Noris Hyppolito, avó de uma criança de 11 anos, que possui a síndrome.

Atualmente, uma das bandeiras da Associação de Amigos, Mães, Pais de Autistas e Relacionados (Amparho), criada em 2009, é a implantação de um centro de atendimento especializado para autistas em Pelotas. Com uma equipe composta por psiquiatra, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e neurologista, o centro seria voltado exclusivamente para o atendimento de pessoas com autismo.

Enquanto a reivindicação não é atendida, a expectativa da Amparho concentra-se na abertura do Centro de Atendimento Psicossocial para Infância e Adolescência (Caps I) na cidade. Apesar disso, segundo presidente da Amparho, Márcia Kraemer, a medida ainda não é suficiente. “Não podemos integrar o tratamento do autista com outras crianças. É necessário um acompanhamento diferenciado”, argumenta.Por: Ricardo Rojas
ricardo@diariopopular.com.br

Um comentário:

  1. O objetivo da nossa manifestação foi o de divulgar o dia mundial do autismo,02 de abril: "este é o momento de conscientizar a população sobre o tema. Só na AMPARHO, em Pelotas/RS, temos cadastradas cerca de 50 crianças portadoras de Autismo.Queremos um Centro de atendimentos terapêuticos e pedagógicos especializado."

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