terça-feira, 23 de novembro de 2010

Senado faz audiência pública para tratar de projeto de lei do autismo e frustra público

Nesta quarta-feira, 17 de novembro de 2010, o Senado brasileiro, por meio da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), promoveu uma audiência pública, presidida pelo senador Flávio Arns (PSDB-PR), para discutir o texto proposto pela ADEFA (Associação em Defesa do Autista), entidade de Niterói (RJ), baseado inicialmente na lei estadual da Paraíba. O senador Paulo Paim (PT-RS), que foi quem recebeu a sugestão da ADEFA e acompanhou todo esse processo não esteve presente na audiência.

A audiência teve relatos muito ricos, porém, poucos frutos. Não houve debate e o único senador presente, Arns, teve que interromper a audiência para voltar ao plenário do Senado para votação -- regra da casa, que não permite nenhuma comissão funcionar durante votação. Portanto, não houve debate e ninguém conseguiu manifestar-se, com exceção dos que haviam sido antecipadamente convidados.



O texto do anteprojeto será discutido nos próximos dias por instituições que serão convidadas ao debate, entre elas a ADEFA.



RELATOS



A presidente da ADEFA, Julceli Vianna Antunes, que tem uma neta com autismo, salientou que "só quem tem um filho com autismo sabe o que é a síndrome". Ela fundou a entidade depois da dificuldade em tratar o neto e constatar a precariedade do atendimento à pessoa com autismo no Brasil.

Na sequência, Marisa Furia Silva, presidente da ABRA (Associação Brasileira de Autismo) e uma das fundadoras da AMA-SP (Associação Amigos do Autista, de São Paulo), se mostrou preocupada com o sistema integrado proposto pelo anteprojeto, "para que não engesse as instituições". Ela também citou o caso de uma pessoa com autismo que morreu em uma semana, com apêndice supurado, por inexperiência do médico que o atendeu. O problema aconteceu pelo rapaz não conseguir se comunicar e dizer onde estava doendo e o descaso e despreparo do médico, que não considerou o autismo ou não conhece a síndrome.

A presidente da AMA-BA (Associação Amigos do Autista, da Bahia), Rita Valéria Brasil Santos, contou diversos casos de famílias carentes atendidas pela instituição e com melhoras significativas. Em sua apresentação comparou a verba destinada à construção e ampliação de estádios para a Copa de 2014 e o descaso com os autistas no país. Ela também salientou que quando há uma iniciativa, não vem do governo e sim dos pais, e deu como exemplo a Revista Autismo e sua origem com trabalho voluntário,

O depoimento mais interessante, porém, foi do pesquisador Gustavo Adolfo de Medeiros. Depois de falar alguns minutos, ele contou que é autista, o que impressionou a todos. Ele tem autismo de alto desempenho e, portanto, conseguiu fazer faculdade e atualmente é mestre em Engenharia da Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Entre outras particularidades, Gustavo contou que aprendeu a conquistar uma namorada observando os rapazes galantearem uma amiga dele. No fim, ele disse que não quer ajuda do Estado, ele quer condições de poder ganhar o próprio dinheiro, com seu trabalho e suor.

Por último, o presidente do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), psiquiatra Marcos Tomanik Mercadante, fez uma rápida apresentação sobre o autismo e admitiu que não há psiquiatras nem neuropediatras para atender a demanda da síndrome no Brasil.

A única que conseguiu manifestar-se dentro o público foi a diretora administrativa da ADEFA, Berenice Piana de Piana, que mostrou fotos com forte imagens de uma clínica da Bahia que mantinha os autistas em jaulas (sem força de expressão). Além de diversas ossadas que foram encontradas ao redor das instalações. A instituição foi interditada por uma promotora da Bahia. Em menos de cinco minutos, Berenice fez o depoimento mais contundente e emocionado da tarde.

A campainha que alerta os senadores para votação no plenário "forçou" o encerramento da reunião.



FRUSTRAÇÃO



A audiência encerrou-se com o público -- entre pais, profissionais e representantes de instituições de várias partes do Brasil -- frustrado por não haver debate e sem uma definição mais concreta do próximo passo para que o anteprojeto seja votado pelo Congresso como um projeto de lei. Segundo o senador, o projeto irá para a comissão de Direitos Humanos e outras comissões que poderão interferir e aprimorar o anteprojeto, assim como as entidades que serão convidadas a opinar.

O senador Arns encerrou dizendo que "se tudo correr bem, ao final desse processo teremos uma legislação nacional que proteja a pessoa com autismo em todos os aspectos relacionados à sua vida: dignidade, cidadania e serviços". A frase traz esperança, mas a decepção do público que veio de longe -- e gastou com a viagem a Brasília a escassa verba das instituições que representam e tratam autistas -- foi mais forte.



CONTEÚDO EXTRA:

Audio completo da audiência - Senado.gov.br
Revista Autismo citada nos minutos 14:44 (senador Arns), 15:15 e 15:16 (presidente da AMA-BA). Notas taquigráficas (ainda sem correções) - Senado.gov.br
CONTEUDO EXTRAÍDO DA REVISTA AUTISMO EDIÇÃO 2.

domingo, 14 de novembro de 2010

Cientistas brasileiros consertam 'neurônio autista' em laboratório

O biólogo molecular e colunista do G1 Alysson Muotri e cientistas brasileiros conseguiram transformar neurônios de portadores de um tipo de autismo conhecido como Síndrome de Rett em células saudáveis. Trabalhando nos Estados Unidos, os pesquisadores mostraram, pela primeira vez, que é possível reverter os efeitos da doença no nível neuronal, porém os remédios testados no experimento, realizado em laborátorio, ainda não podem ser usados em pessoas com segurança.

Muotri, pós-doutor em neurociência e células-tronco no Instituto Salk de Pesquisas Biológicas (EUA) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, trabalhou com os também brasileiros Cassiano Carromeu e Carol Marchetto. O estudo sai na edição de sexta-feira (12) da revista científica internacional “Cell”.

Assista ao vídeo ao lado com explicações do próprio cientista.

Para analisar diferenças entre os neurônios, a equipe fez uma biópsia de pele de pacientes autistas e de pessoas sem a condição. Depois, reprogramou as células da pele em células de pluripotência induzida (iPS) – idênticas às células-tronco embrionárias, mas não extraídas de embriões. “Pluripotência” é a capacidade de toda célula-tronco de se especializar, ou diferenciar, em qualquer célula do corpo.

A reprogramação genética de células adultas é feita por meio da introdução de genes. Eles funcionam como um software que reformata as células, deixando-as como se fossem de um embrião. Assim, as iPS também podem dar origem a células de todos os tipos, o que inclui neurônios.

Como os genomas dessas iPS vieram tanto de portadores de autismo como de não portadores, no final o trio de cientistas obteve neurônios autistas e neurônios saudáveis.

Comparação, conserto e limitações


Comparando os dois tipos, o grupo verificou que o núcleo dos neurônios autistas e o número de “espinhas”, as ramificações que atuam nas sinapses – contato entre neurônios, onde ocorre a transmissão de impulsos nervosos de uma célula para outra – é menor.

Identificados os defeitos, o trio experimentou duas drogas para “consertar” os neurônios autistas: fator de crescimento insulínico tipo 1 (IGF-1, na sigla em inglês) e gentamicina. Tanto com uma substância quanto com a outra, os neurônios autistas passaram a se comportar como se fossem normais.

“É possível reverter neurônios autistas para um estado normal, ou seja, o estado autista não é permanente”, diz Muotri, que escreve no blog Espiral. “Isso é fantástico, traz a esperança de que a cura é possível. Além disso, ao usamos neurônios semelhantes aos embrionários, mostramos que dá para fazer isso antes de os sintomas aparecerem.”

Os resultados promissores, porém, configuram o que é chamado no meio científico de “prova de princípio”. “Mostramos que a síndrome pode ser revertida. Mas reverter um cérebro inteiro, já formado, vai com certeza ser bem mais complexo do que fazer isso com neurônios numa placa de petri [recipiente usado em laboratório para o cultivo de micro-organismos]”, explica o pesquisador.

Entre as barreiras que impedem a aplicação prática imediata da descoberta está a incapacidade do IGF-1 de chegar ao alvo. “O fator, quando administrado via oral ou pela veia, acaba indo muito pouco ao cérebro. Existe uma barreira [hematocefálica] que protege o cérebro, filtrando ingredientes essenciais e evitando um ataque viral, por exemplo. O IGF-1 é uma molécula grande, que acaba sendo filtrada por essa barreira”, afirma Muotri. “Temos de alterar quimicamente o IGF-1 para deixá-lo mais penetrante.” Além disso, tanto o fator quanto a gentamicina são drogas não específicas, portanto causariam efeitos colaterais tóxicos se aplicadas em tratamentos com humanos.


O foco do estudo foi a chamada Síndrome de Rett, uma doença neurológica que faz parte do leque dos autismos. “Leque” porque o autismo não é uma doença única, mas um grupo de diversas enfermidades que têm em comum duas características bastante conhecidas: deficiências no contato social e comportamento repetitivo.

No caso dos portadores de Rett, há um desenvolvimento normal até algo em torno de seis meses a um ano e meio de idade. Mas então começa uma regressão. Além das características autistas típicas, neste caso bem acentuadas, eles vão perdendo coordenação motora e rigidez muscular.

Essa síndrome foi escolhida para o trabalho de Muotri, Carromeu e Marchetto porque tem uma causa genética clara – mutações no gene MeCP2 – e porque afeta os neurônios de forma mais acentuada, facilitando comparações e verificações de reversão.

“Talvez a implicação mais importante desse nosso trabalho é o fato de que os neurônios derivados de pessoas com autismo mostraram alterações independentemente de outros fatores. Isso indica que o defeito foi autônomo. Por isso, esse dado deve contribuir para reduzir o estigma associado a doenças mentais”, comemora Muotri. “Você não fica autista porque sua mãe não te deu o amor necessário ou porque seus pais foram ruins.”

Utilidade das iPS


Lygia da Veiga Pereira, doutora em Ciências Biomédicas e chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE) da USP, saudou a pesquisa: "É mais um trabalho que mostra a enorme utilidade das células iPS, não como fonte de tecido para terapia celular, mas como modelo para pesquisa básica, para entender os mecanismos moleculares por trás de diferentes doenças que tenham forte base genética."

Lygia faz uma ressalva sobre as características muito específicas da Síndrome de Rett. Como a disfunção é exclusivamente associada a uma mutação genética, ficam de fora os fatores ambientais que desencadeiam o autismo.

Ainda segundo a especialista, os resultados obtidos por Muotri também realçam "o que brasileiros podem fazer trabalhando com infraestrutura e agilidade para conseguir reagentes, por exemplo, e interagindo com uma comunidade científica de grande massa crítica".

sábado, 13 de novembro de 2010

Experimento mostra a diferença entre neurônios normais e de autistas





DIFERENÇA
Os cientistas criaram neurônios a partir de células da pele de autistas e de pessoas normais. Os pontos vermelhos são as sinapses (ponto de contato onde ocorre a transmissão de impulsos nervosos, de uma célula para outra). Os neurônios autistas (acima) formam menos sinapses que os neurônios normais

O grupo observou que o tamanho do núcleo dos neurônios autistas é menor do que o núcleo dos neurônios normais. O número de sinapses (pontos de contato onde ocorre a transmissão de impulsos nervosos entre uma célula e outra) também é reduzido nos neurônios autistas.

“Conseguimos demonstrar muito claramente que o autismo é uma doença biológica causada provavelmente por um defeito genético”, diz Muotri. “Esses neurônios criados em laboratório não sofreram a influência de nenhum fator ambiental e, mesmo assim, eram autistas”

revista época-11/11/2010

ESPERANÇA CONTRA AUTISMO.

O autismo é um dos mais intrigantes transtornos do desenvolvimento humano. Não é uma doença única, mas uma síndrome compostas por diversos males neurológicos que têm em comum duas características: deficiências no contato social e comportamento repetitivo. Durante muito tempo, acreditou-se que as crianças eram acometidas pela doença simplesmente porque não receberam afeto dos pais. Nas últimas décadas essa visão foi substituída pela certeza de que o problema é provocado por um distúrbio biológico no cérebro. A mais impressionante evidência disso foi divulgada hoje (11) pela revista científica Cell.

A equipe liderada pelo biólogo brasileiro Alysson Muotri, professor da Universidade da Califórnia, em San Diego, conseguiu três feitos inéditos e impactantes:

1) criou neurônios autistas em laboratório

2) revelou que eles são diferentes dos neurônios normais desde o início do desenvolvimento

3) conseguiu tratar os neurônios autistas e fazer com que eles se comportassem como neurônios normais

Nesse trabalho, Muotri decidiu trabalhar apenas com autistas portadores da síndrome de Rett - uma forma grave da doença. Os indivíduos que sofrem desse problema se desenvolvem normalmente até o primeiro ano de vida. A partir dessa fase, começa uma regressão acentuada. Além de apresentar comportamento autista, os pacientes perdem a coordenação motora e sofrem de rigidez muscular. Muitos morrem na juventude.


A síndrome de Rett foi escolhida pela equipe porque tem uma causa genética clara. Sabe-se que é provocada por mutações no gene conhecido como MeCP2. Além disso, os neurônios são afetados de forma mais dramática do que nos casos de autismo sem causa determinada.

Para investigar como a doença se origina, Muotri decidiu criar neurônios autistas em laboratório. Células da pele de pacientes foram extraídas por meio de uma biópsia simples. Elas receberam quatro genes que as induziram a se comportar como se fossem células-tronco embrionárias.As novas células tornaram-se capazes de dar origem a qualquer tipo de tecido.

Essas células são conhecidas no meio científico como células-tronco de pluripotência induzida (iPS). O método foi descrito pela primeira vez pelo japonês Shinya Yamanaka em 2006. Atualmente é empregado no estudo de várias doenças porque elimina a necessidade de descarte de embriões humanos e todos os dilemas morais decorrentes disso.

Em seguida, a equipe de Muotri adicionou vitamina A e outros fatores para induzir as células iPS a se transformar em neurônios. Deu certo. Como o genoma dessas células veio de pacientes autistas, pela primeira vez na história cientistas conseguiram criar neurônios autistas em laboratório e testemunhar o funcionamento deles desde o início do desenvolvimento. Observar o desenvolviemnto de um neurônio doente numa placa de Petri não é a mesma coisa que testemunhar isso dentro do cérebro de um paciente. Mas é um grande começo.

O grupo observou que o tamanho do núcleo dos neurônios autistas é menor do que o núcleo dos neurônios normais. O número de sinapses (pontos de contato onde ocorre a transmissão de impulsos nervosos entre uma célula e outra) também é reduzido nos neurônios autistas.

“Conseguimos demonstrar muito claramente que o autismo é uma doença biológica causada provavelmente por um defeito genético”, diz Muotri. “Esses neurônios criados em laboratório não sofreram a influência de nenhum fator ambiental e, mesmo assim, eram autistas”.

Se já é possível criar neurônios autistas, será que em breve será possível “consertá-los”? A equipe de Muotri também investigou isso. Duas drogas foram usadas na tentativa de curar os neurônios: o fator de crescimento de insulina 1 (IGF-1) e a gentamicina. O resultado foi muito motivador. Os neurônios autistas tratados passaram a se comportar como se fossem neurônios normais.

“Isso é fantástico, uma esperança de que a cura é possível”, diz Muotri. O trabalho indica que o estado autista não é permanente - e sim reversível. “Mostramos que é possível tratar esses neurônios antes dos sintomas aparecerem”, diz.

Nenhuma das duas drogas, porém, podem ser usadas atualmente em pacientes. Uma delas não cruza a barreira hematoencefálica (membrana que protege o cérebro de substâncias químicas presentes no sangue). A outra droga é tóxica. Mas o método pode ser usado para testar novas drogas desenvolvidas com o objetivo de reverter o autismo. Também pode dar origem a um teste de diagnóstico inequívoco baseado num material abundante e de simples acesso: células da pele.

“O mais surpreendente é que por esse método pudemos reconstituir a história de uma doença psiquiátrica numa placa de Petri”, diz Fred Gage, professor do Laboratório de Genética do Instituto Salk, em San Diego. É possível que em breve outras doenças psiquiátricas possam ser esclarecidas da mesma forma.

O grupo de Gage também participou do trabalho. Foi com ele que Muotri aprendeu a transformar células-tronco embrionárias em neurônios. Gage orientou o pós-doutorado de Muotri no Instituto Salk. Desde então, o brasileiro galgou vários degraus. Em 2008, tornou-se coordenador de um laboratório na Universidade da Califórnia. Coordena 12 pessoas. No ano passado, recebeu US$ 1,5 milhão do National Institutes of Health (NIH) para aplicar nas pesquisas. Outro trabalho com os neurônios autistas foi aceito pela revista Nature e deve ser publicado na próxima semana.

Filho de um advogado e de uma comerciante que tinha uma papelaria no bairro de Pinheiros, em São Paulo, Muotri vive há oito anos nos Estados Unidos. É casado com a bióloga paulistana Carol Marchetto, uma das autoras do trabalho. Eles se conheceram no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Junto com o colega Cassiano Carromeu, formam o trio de brasileiros que assina o trabalho junto com outros seis pesquisadores estrangeiros.

Carol e Muotri não pretendem sair de San Diego tão cedo. Lá encontraram condições ideais (dinheiro, liberdade, metas) para realizar pesquisa científica e uma qualidade de vida que o fez recusar convites para trabalhar em Boston e em Nova York.

Em San Diego, Muotri descobriu o surfe e a ioga. “A pressão no ambiente acadêmico é tão grande que o cientista precisa ter preparo físico para suportar”, diz. “O surfe e a ioga me equilibram e me ajudam a lidar com as pressões”. Se a prática do esporte é proporcional aos insights que Muotri vem acumulando, vamos torcer para que ele continue pegando muitas ondas.

CRISTIANE SEGATTO
REVISTA ÉPOCA-11/11/2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cães provocam diminuição no estresse de crianças com autismo

A utilização de cães treinados para determinadas funções se tornou um grande trunfo em benefício de portadores de necessidades especiais. Os animais têm ajudado deficientes visuais e auditivos a viverem com mais independência, além de também auxiliarem pessoas com problemas locomotores.

Agora, pesquisadores descobriram como os cachorros também podem ajudar crianças autistas. A síndrome é caracterizada pela dificuldade do paciente de estabelecer relacionamentos e afeta sua capacidade de comunicação. E para provar os benefícios de um totó, um estudo realizado no Canadá inseriu um cachorro nas residências dessas pessoas e se propôs a medir o nível de estresse das crianças.

Segundo o jornal Telegraph os pesquisadores entrevistaram os pais dos pacientes com o objetivo de saber mais sobre o comportamento das crianças antes da chegada do cão e depois que ele foi retirado.

No final do estudo todas as famílias tiveram a opção de permanecerem com o cachorro, que foi treinado pela Fundação MIRA, especializada em formar animais para pessoas com algum tipo de deficiência. Crianças autistas de 42 famílias foram estudadas e a constatação foi animadora. Foi descoberto que os níveis de estresse tornaram-se menores com a chegada do amigo peludo.

Os pais declararam que seus filhos apresentaram também menos problemas como ansiedade e ataques de raiva. No geral, os pais reportaram 33 desvios de comportamento antes da chegada do animal e cerca de 25 com a presença do cão.

FONTE: Amici
Suzanne Dias